Conhecido popularmente como cogumelos mágicos, cogumelos azuis ou até cogumelo de zebu, o Psilocybe cubensis é um fungo enteógeno famoso por seus efeitos psicodélicos. Neste post vamos explorar tudo sobre o Psilocybe cubensis!
-
Amostra Desidratada Penis Envy
De R$ 79,9012x deR$ 8,24Ver produto Este produto tem várias variantes. As opções podem ser escolhidas na página do produto -
True Albino Teacher (TAT) – P. cubensis – Amostra Taxonômica
De R$ 84,9012x deR$ 8,76Ver produto Este produto tem várias variantes. As opções podem ser escolhidas na página do produto
História e Origem do Psilocybe cubensis
O Psilocybe cubensis foi descrito pela primeira vez em 1906 pelo micologista norte-americano Franklin Sumner Earle, a partir de exemplares coletados em Cuba. Inclusive, o epíteto cubensis faz referência à ilha de Cuba, onde o cogumelo foi catalogado originalmente. Posteriormente, a espécie passou por revisões taxonômicas até ser incorporada ao gênero Psilocybe, tornando-se uma das espécies mais conhecidas desse gênero.
Do ponto de vista geográfico, trata-se de um cogumelo de distribuição pan-tropical, encontrado em regiões de clima tropical e subtropical. É nativo de vários países das Américas (Brasil incluído), Caribe, Sudeste Asiático (Tailândia, Vietnã, Camboja, etc.), Índia e parte da Austrália. Seu habitat predileto são pastagens com presença de gado bovino ou equino, pois o P. cubensis é coprófito – cresce sobre esterco destes animais. Não por acaso, no Sudeste Asiático ele é apelidado de “cogumelo que aparece após o búfalo defecar”. A associação com a criação de gado (introduzido em novos continentes) contribuiu para a ampla disseminação da espécie pelo mundo.
Historicamente, cogumelos psicoativos similares (de gênero Psilocybe) vêm sendo usados em contextos ritualísticos há milênios. Evidências arqueológicas indicam o uso de cogumelos enteógenos por civilizações mesoamericanas, como maias e astecas, há cerca de 2000 anos. Os astecas chamavam esses cogumelos de “teonanácatl” (carne dos deuses). Embora a espécie específica daqueles rituais provavelmente fosse a Psilocybe mexicana, parente próxima do P. cubensis, este último também se faz presente em toda a Mesoamérica e norte da América do Sul. No século XVI, frades espanhóis registraram o uso cerimonial de cogumelos pelos
astecas – um primeiro contato da cultura ocidental com os “cogumelos sagrados”.
Em tempos modernos, o Psilocybe cubensis ganhou notoriedade a partir da década de 1950–60, com as investigações de etnomicologistas como R. Gordon Wasson (que participou de rituais indígenas com Psilocybe no México) e a popularização dos psicodélicos na contracultura. Os irmãos Terence e Dennis McKenna, por exemplo, publicaram em 1976 o Psilocybin: Magic Mushroom Grower’s Guide, detalhando métodos de cultivo caseiro e destacando o P. cubensis como uma das espécies mais fáceis de cultivar dentre os “cogumelos mágicos”. Desde então, este cogumelo consolidou-se como o enteógeno natural mais difundido no mundo, seja em pesquisas científicas sobre psilocibina, seja no uso recreativo e espiritual.
Efeitos Psicodélicos do Psilocybe cubensis
Consumir Psilocybe cubensis produz uma gama de efeitos psicodélicos marcantes. Seus principais princípios ativos são a psilocibina e a psilocina, substâncias que atuam como agonistas de receptores de serotonina no cérebro. Essa ação desencadeia alterações profundas na percepção sensorial, no humor e na cognição. Usuários frequentemente relatam intensificação das cores e da luminosidade, padrões visuais com olhos fechados, distorções na forma de objetos (como se estivessem “respirando”) e outras ilusões ópticas. Há também mudanças nas percepções auditivas e táteis – sons podem ganhar novas nuances e o toque pode ser sentido de forma ampliada.
Do ponto de vista emocional e mental, os efeitos incluem euforia, sensação de bem-estar, insights filosóficos e espirituais e, em doses altas, até experiências de dissociação do ego. Muitos descrevem um estado de expansão da consciência, com pensamentos profundos e conexões inusitadas. Estudos sugerem que a psilocibina pode induzir um aumento de neuroplasticidade – isto é, a capacidade do cérebro de formar novas conexões – o que em termos subjetivos se traduz em “quebrar padrões mentais” e possibilitar novas perspectivas. Relatos clínicos apontam que esses cogumelos podem catalisar reflexões que ajudam em processos terapêuticos, como superar traumas ou mudar hábitos de vida, quando usados em contextos controlados.
Um aspecto notável dos efeitos do P. cubensis são as visões intensas de olhos abertos e fechados. Cores vívidas, geometrias caleidoscópicas e imagens de forte componente simbólico podem emergir na mente do usuário. É comum a sensação de que o tempo passa de forma diferente – minutos podem parecer horas – e a experiência pode oscilar entre momentos de êxtase e, eventualmente, momentos desafiadores (as chamadas bad trips).
Vale ressaltar que os efeitos variam bastante conforme a dose ingerida, bem como o estado psicoemocional (set) e o ambiente (setting) em que se está. Abordaremos as dosagens a seguir, mas já destacamos: em dosagens elevadas, o Psilocybe cubensis pode provocar experiências avassaladoras, com possível perda temporária do contato com a realidade consensual.
Em termos de início, pico e duração, os efeitos demoram cerca de 30 a 60 minutos para começar após a ingestão (por via oral). O pico do efeito ocorre geralmente entre 1 a 2 horas após o consumo e a experiência completa dura em torno de 4 a 6 horas. Usuários frequentemente relatam uma “onda” inicial de ansiedade ou desconforto físico leve (náusea, frio na barriga) antes dos efeitos psicoativos se instalarem plenamente – isso é normal e tende a passar conforme a viagem progride. Após o pico, os efeitos vão decrescendo gradualmente. Ao final, muitas pessoas sentem uma sensação residual de tranquilidade ou fadiga; é comum ter reflexões profundas sobre a vivência nos dias seguintes e, não raro, mudanças de atitude duradouras. Em suma, o Psilocybe cubensis proporciona uma experiência psicodélica clássica: perceptualmente rica, emocionalmente reveladora e, quando bem integrada, potencialmente transformadora.
Dosagem e Intensidade dos Efeitos
Importante: Este conteúdo é exclusivamente educativo. Nossas amostras de Psilocybe cubensis são destinadas apenas para fins taxonômicos, artesanais ou de pesquisa. Não são apropriadas para consumo humano. A ingestão desses cogumelos pode causar efeitos adversos sérios e não é recomendada sob nenhuma circunstância.
A dosagem é um fator crítico que determina a intensidade da experiência com Psilocybe cubensis. As concentrações de psilocibina/psilocina podem variar entre diferentes strains e mesmo entre partes do cogumelo, mas de forma geral assume-se cerca de 10 a 15 mg de psilocibina por grama de cogumelo seco. Pequenas variações individuais (peso corporal, sensibilidade, tolerância) também influenciam, mas existem faixas de dose amplamente aceitas como referência para a maioria das pessoas:
- Microdosagem (<0,5 g seco): Doses sub-perceptivas ou muito leves (em torno de 0,1 a 0,4 gramas) costumam não gerar alucinações, apenas um sutil aumento do bem-estar, criatividade e foco. É a chamada microdose, utilizada algumas vezes com propósitos terapêuticos ou de produtividade, sem “viajar” de fato.
- Dose leve (~0,5 – 1 g seco): Abaixo de 1 grama de P. cubensis seco geralmente produz efeitos modestos. O usuário percebe alteração leve das cores e brilho, um leve formigamento no corpo e alguma euforia. É comum sentir-se relaxado, com risos fáceis e certa introspecção, mas sem perda significativa da conexão com a realidade. Essa dose geralmente escolhida por iniciantes que buscam uma primeira experiência suave.
- Dose moderada (1 – 2,5 g secos): Nesta faixa ocorre a experiência “completa” típica dos cogumelos mágicos. Com ~1 a 2 gramas, os efeitos visuais se intensificam bastante – padrões geométricos, ondulações em superfícies, cores muito vívidas. Há profunda alteração de pensamento: insights filosóficos, mudanças emocionais, percepção do tempo distorcida. A introspecção aprofunda-se e podem ocorrer fenômenos sinestésicos (mistura de sentidos). Doses por volta de 2 gramas já são o suficiente para muitos experimentarem dissolução do ego leve e vislumbres espirituais. Para grande parte dos usuários, 2 a 2,5 g secos produz um efeito marcante, porém ainda administrável, sobretudo em um ambiente seguro. Iniciantes geralmente progridem a dose até essa faixa de forma gradativa.
- Dose alta (2,5 – 5 g secos): Ultrapassando ~2,5 g, os efeitos tornam-se muito intensos para a maioria. É comum esse patamar produzir experiências visionárias de grande potência, frequentemente acompanhadas de desafios psicológicos. Com ~3,5 g, que é considerada uma dose alta padrão, a imersão no estado psicodélico é profunda: pode haver dissolução do ego (sensação de “derreter” ou de unidade com o universo), visões complexas de olhos fechados, percepções místicas e perda quase total da noção de tempo e espaço. Alguns usuários experientes referem essa dose como ideal para um “mergulho” espiritual, mas alertam: acima de 3 g muitas pessoas vivenciam bastante ansiedade ou confusão no início da viagem. É imprescindível atenção ao ambiente e, preferencialmente, ter um acompanhante sóbrio quando se explora doses altas.
- Dose “heróica” (>5 g secos): O termo cunhado por Terence McKenna refere-se a ~5 gramas ou mais. Essa quantidade extrema é capaz de induzir estados de transe profundos e completamente desconectados da realidade consensual. Poucas pessoas buscam doses tão altas – que podem equivaler a comer dezenas de cogumelos frescos de uma vez. A experiência tende a ser avassaladora, com potencial para insights muito significativos, mas também para episódios de pânico ou desafio existencial. Iniciantes ousados, em geral, se arrependem de tomar doses tão altas. Usuários experientes que se aventuram nessa faixa enfatizam a importância de um ambiente controlado e de preparo psicológico. Para a maioria das pessoas, doses acima de 5 g serão mais desconfortáveis do que benéficas, portanto deve-se ter bastante cautela.
Resumindo, 1 grama seco é uma boa referência de dose leve (efeitos perceptíveis porém brandos), 2 g já provoca uma viagem completa moderada, e 3,5 g é um patamar alto clássico para vivências muito fortes. Acima disso, entra-se no território das megadoses com efeitos imprevisíveis. Naturalmente, cada indivíduo reage de forma única – há casos raros de pessoas extremamente sensíveis que têm visões intensas com apenas 0,5 g, assim como indivíduos muito resistentes que precisam de >3 g para efeitos similares. Por isso, para evitar problemas, usuáros começam com doses menores e aumentam gradativamente em experiências futuras, conforme a confiança e a familiaridade com o estado psicodélico vão crescendo. Lembrando que estas são informações educativas, e não são sugestões de uso.
Toxicidade, Segurança e Riscos
Uma das razões do fascínio pelos cogumelos psicoativos é que eles apresentam baixa toxicidade física e praticamente nenhum potencial de dependência química, sendo considerado uma das drogas mais seguras do mundo. Do ponto de vista farmacológico, a psilocibina é considerada menos tóxica que muitas substâncias comuns, incluindo álcool, nicotina e até cafeína. Estudos de toxicologia aguda indicam que a dose letal média da psilocibina em roedores é de aproximadamente 280 mg/kg. Para efeito de comparação, o LSD tem em torno de 30 mg/kg, a cafeína ~127 mg/kg e a nicotina ~3 mg/kg. Traduzindo: seria necessário um ser humano adulto ingerir dezenas de gramas de princípio ativo puro para um risco letal – o que equivale a cerca de 3 quilos de cogumelos secos ingeridos de uma só vez, uma quantidade virtualmente impossível de consumir. Na prática, não há registros confiáveis de morte por overdose direta de Psilocybe cubensis ou de psilocibina pura. A própria Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) não lista a psilocibina entre as substâncias de preocupação quanto a toxicidade aguda. Assim, diferentemente de muitos outros entorpecentes, os cogumelos mágicos não causam danos físicos severos nos órgãos nem apresentam risco significativo de parada respiratória ou algo do tipo nas doses usuais.
Entretanto, isso não significa que sejam 100% seguros. Os principais riscos associados ao consumo de P. cubensis são de natureza psicológica e comportamental. Durante a experiência psicodélica, especialmente em doses altas, o usuário pode ter episódios de pânico, paranoia ou intensa confusão mental (as temidas bad trips). Nesses estados, há possibilidade de acidentes: por exemplo, alguém desorientado poderia se machucar tentando atravessar a rua ou interagir de forma perigosa com objetos. Um levantamento relatou que cerca de 13% dos usuários jovens de cogumelos já tiveram algum incidente sério, como queda com traumatismo ou
desmaio, associado ao uso. Portanto, é fundamental estar em ambiente seguro e supervisionado se for experimentar altas doses.
Além disso, um mito comum é que estes cogumelos causem esquizofrenia, o que não é verdade. A psilocibina não causa esquizofrenia diretamente, mas pode desencadear ou agravar surtos psicóticos em pessoas que já têm predisposição genética ou histórico familiar para transtornos psicóticos.
Outro risco importante é a identificação incorreta de espécies. Muitos casos de envenenamento grave ocorrem quando pessoas colhem cogumelos silvestres achando que são Psilocybe cubensis, mas na verdade pegaram espécies tóxicas parecidas. Existem fungos mortais, como alguns do gênero Cortinarius ou Galerina, que podem ser confundidos com “cogumelos mágicos” por leigos. Já ocorreram casos de insuficiência renal aguda e até óbito por consumo de cogumelos venenosos pensando serem Psilocybe. Assim, jamais consuma cogumelos selvagens sem 100% de certeza da identificação – a melhor prática é adquirir esporos ou amostras de fornecedores confiáveis e cultivar suas próprias amostras, ou então contar com especialistas para identificar exemplares coletados.
Falando em toxicidade crônica, os dados disponíveis também são tranquilizadores. Não há evidências de que o uso esporádico de Psilocybe cubensis cause danos cumulativos ao organismo. A psilocibina não causa dependência física e tende até a produzir tolerância temporária: ou seja, usar cogumelos em dias seguidos resulta em efeitos bem reduzidos no segundo dia, por exemplo, indicando que o corpo rapidamente gera resistência. Essa característica praticamente força um intervalo entre usos, diferentemente
de drogas que “viciam” e demandam uso contínuo. Claro, pode haver abuso psicológico – qualquer experiência prazerosa pode ser buscada de forma escapista – mas não há síndrome de abstinência nem desejo compulsivo causado pela substância em si.
Em resumo, do ponto de vista médico os cogumelos Psilocybe têm um perfil de segurança muito favorável quando comparados a outras drogas psicoativas. Não causam lesões orgânicas significativas, não levam a dependência fisiológica e uma overdose fatal é virtualmente inexistente na literatura científica. Os cuidados devem ser principalmente com o contexto de uso: preparar o terreno mental (evitando se estiver em má fase emocional), estar em local seguro, começar com dose baixa, ter alguém de confiança por perto, e garantir que o material seja realmente Psilocybe cubensis (e não um cogumelo tóxico similar). Seguindo essas precauções, os
riscos objetivamente são baixos. Ainda assim, cada pessoa deve avaliar responsavelmente se está apta a lidar com as potenciais revelações e desconfortos temporários que podem emergir sob o efeito da psilocibina.
É importante lembrar que este conteúdo é exclusivamente educativo e não trata de indicações de uso. Nossas amostras de Psilocybe cubensis são destinadas apenas para fins taxonômicos, artesanais ou de pesquisa e não são apropriadas para consumo humano. A ingestão desses cogumelos pode causar efeitos adversos sérios e não é recomendada sob nenhuma circunstância.
Como cultivar cogumelos Psilocybe cubensis?
Uma das grandes vantagens do Psilocybe cubensis em relação a outras espécies de cogumelos alucinógenos é a facilidade de
cultivo doméstico. De fato, ele é considerado o cogumelo “mágico” mais indicado para iniciantes no cultivo, graças à sua robustez e tolerância a variações ambientais. Desde os anos 1970 existem métodos bem estabelecidos para cultivar P. cubensis em casa – muitos cultivadores amadores ao redor do mundo conseguem produzir seus próprios cogumelos com recursos relativamente simples.
Métodos de cultivo:
Há duas abordagens principais para o cultivo de P. cubensis: os chamados métodos de “bolo” (cake) e os métodos de cultivo em bulk (granel).
O método de bolo mais famoso é o PF-Tek (Psilocybe Fanaticus Technique), criado por um cultivador clandestino nos anos 90 e amplamente difundido. Nele utiliza-se um substrato composto de farinha de arroz integral, vermiculita e água, esterilizado dentro de potes de vidro (os “bolos”). Após esterilizados (pode-se usar uma panela de pressão ou mesmo uma panela comum no PF-Tek, dada a resistência a contaminantes do arroz integral), esses potes são inoculados com esporos do cogumelo – geralmente via uma seringa de esporos esterilizada. Em condições adequadas, o micélio do P. cubensis coloniza todo o substrato dentro de 2 a 4 semanas, formando um “bolo” branco. Então esses bolos são removidos dos potes e colocados para frutificar em câmaras de cultivo simples (como caixas plásticas furadas, conhecidas como shotgun fruiting chambers). Mantendo-se alta umidade, leve troca de ar e luminosidade indireta, os primeiros cogumelos brotam dos bolos em cerca de 7 a 14 dias. O PF-Tek se popularizou enormemente por não requerer equipamentos sofisticados e ter alto índice de sucesso para pequenos cultivos domésticos – os materiais são baratos e o procedimento é relativamente simples, ideal para iniciantes.
Já o cultivo bulk (em granel) envolve etapas adicionais e é preferido por cultivadores experientes devido ao seu potencial de maior produtividade. Nesse método, costuma-se primeiro preparar um inóculo em grãos (milho, centeio etc.): os grãos são esterilizados em frascos, inoculados com esporos ou culturas de micélio, e após colonizados servem de “semente” (grain spawn) para um substrato maior. O substrato a granel geralmente é uma mistura nutritiva – por exemplo, esterco pasteurizado com fibra de coco e vermiculita, ou apenas fibra de coco (coir) suplementada com gesso – onde os grãos colonizados são misturados (processo de spawning). Em alguns dias, o micélio se espalha por todo o substrato bulk. A seguir, promove-se a frutificação em recipientes maiores (monotubs, estufas etc.), obtendo várias “camadas” de cogumelos brotando sobre a superfície do composto. O cultivo bulk exige mais cuidado com técnica asséptica (utilização de placas de ágar, fluxo laminar, etc.), investimento em equipamento (esterilizador de grãos, caixas maiores) e paciência – porém recompensa com colheitas significativamente maiores em comparação aos bolos PF-Tek. Muitos cultivadores começam na PF-Tek e, após ganhar experiência, evoluem para os métodos bulk a fim de aumentar a produção.
Condições ideais:
O Psilocybe cubensis é, de maneira geral, um fungo de clima tropical. Assim, ele prefere temperaturas relativamente altas tanto para a incubação do micélio quanto para a frutificação. Em colonização (fase vegetativa, sem formar cogumelos), a faixa ótima costuma ficar entre 26°C e 28°C. Já na frutificação (fase de pinagem e crescimento dos cogumelos em si), temperaturas em torno de 23°C a 26°C favorecem o desenvolvimento dos corpos de frutificação. Felizmente, muitas strains de P. cubensis demonstram resiliência e conseguem frutificar mesmo fora do ideal – por exemplo, a variedade B+ é conhecida por crescer bem em um espectro de temperatura amplo (cerca de 20–30°C) e não exigir choque térmico algum para iniciar a frutificação. A umidade relativa deve ser mantida alta: idealmente 90–100% durante a indução de primórdios e em torno de 85–95% durante o crescimento dos cogumelos. Por isso, borrifar água nas paredes da câmara de frutificação e promover leve troca de ar (fanning) são práticas comuns para manter um microclima úmido sem estagnar o ar. Iluminação indireta é benéfica – P. cubensis não precisa de luz forte, mas um ciclo de claro/escuro auxilia o desenvolvimento (luz fluorescente ou LED fraquinho já serve). Um dado curioso: um estudo reportou que cogumelos cultivados no escuro total tiveram níveis um pouco maiores de psilocibina comparados aos cultivados sob luz indireta, embora na prática a maioria opte por fornecer alguma luz para guiar a direção do crescimento e facilitar a observação.
No quesito contaminações, o Psilocybe cubensis compete relativamente bem contra outros micro-organismos, mas ainda assim é
crucial seguir procedimentos higiênicos rigorosos no cultivo. Mofo e bactérias podem arruinar um lote inteiro. Esterilização do substrato (ou pasteurização, conforme o método), uso de luvas, máscara e ambiente limpo para inoculação são medidas básicas. Algumas strains, como a Golden Teacher, têm fama de alta resistência a contaminações – seu micélio robusto coloniza rápido o suficiente para
suprimir competidores, tornando-a indicada para iniciantes. Entretanto, mesmo strains fáceis podem falhar se os princípios de assepsia forem negligenciados. Dedicação e paciência são fundamentais: do início (inoculação) até a colheita pode levar de 4 a 8 semanas, dependendo da técnica e das condições.
Por fim, um cultivador doméstico pode obter múltiplas “safras” (flushes) de um mesmo bolo ou monotub. Após colher os primeiros cogumelos, reidratando o substrato (via dunk ou borrifos) e mantendo as condições, geralmente novos primórdios surgem. Normalmente os 2º e 3º flushes produzem cogumelos maiores porém em menor quantidade, até esgotar os nutrientes. Com prática, é possível manter um ciclo contínuo: fazer carimbos de esporos ou culturas líquidas a partir de colheitas bem-sucedidas e reiniciar o
processo. Importante: no Brasil, a venda de kits de cultivo e esporos é feita somente para fins de pesquisa e cultivo de espécies não destinadas ao consumo. Assim, cultivar cogumelos psicoativos em casa ainda se enquadra numa zona legal cinzenta (veja a seção de legalidade). Em todo caso, a cultura clandestina dos growers de cogumelos existe há décadas e é graças a ela que se acumulou tanto conhecimento acessível sobre o cultivo do P. cubensis. Hoje, qualquer interessado com boa vontade encontra manuais e comunidades online dispostas a ajudar nos primeiros passos dessa fascinante empreitada micológica.
Principais Variedades (Strains) de Psilocybe cubensis
Outra faceta interessante do Psilocybe cubensis é a grande quantidade de variedades (cepas ou strains) que existem, muitas desenvolvidas por cultivadores ao longo dos anos. Embora biologicamente todas pertençam à mesma espécie, essas cepas apresentam diferenças sutis em aparência, tamanho, produtividade e até no perfil de potência. A seguir, destacamos algumas das variedades de P. cubensis mais famosas e estudadas:
Penis Envy (PE) – Alta concentração e formas peculiares
-
Amostra Desidratada Penis Envy
De R$ 79,9012x deR$ 8,24Ver produto Este produto tem várias variantes. As opções podem ser escolhidas na página do produto -
Penis Envy 7 Plus (Psilocybe cubensis) PE7 – Semente Cultura Líquida
De R$ 49,9012x deR$ 5,15Ver produto Este produto tem várias variantes. As opções podem ser escolhidas na página do produto
Entre todas as variedades de Psilocybe cubensis, possivelmente a mais famosa (e potente) seja a Penis Envy. O nome
inusitado (“inveja do pênis”) vem do seu formato: os cogumelos PE possuem caule grosso e um chapéu bulboso pequeno, lembrando a genitália masculina. Reza a lenda que a cepa original foi desenvolvida pelo mycologista Terence McKenna a partir de uma mutação achada na Amazônia – mas há controvérsias sobre sua verdadeira origem. O fato é que Penis Envy se tornou sinônimo de alta potência. Cogumelos PE frequentemente apresentam coloração azul intensa quando manuseados (devido à oxidação da psilocina), indicando sua alta concentração de princípios ativos. Usuários relatam que apenas 1,5–2 g de Penis Envy podem equivaler a 3–3,5 g de outras cepas comuns em termos de efeito, tamanha a força de viagem que proporcionam. Entretanto, toda essa potência tem algumas contrapartidas: a Penis Envy é notória por produzir poucos esporos viáveis. Seus chapéus geralmente não se abrem totalmente e quase não liberam esporos, tornando a propagação via carimbo muito difícil. Assim, para preservar a strain, os cultivadores usam técnicas de clonagem de tecido ou isolados de cultura líquida. Além disso, o cultivo da Penis Envy pode ser um pouco mais desafiador – ela tende a ter micélio menos rizomórfico e demora mais para colonizar e frutificar. Já surgiram variações para melhorar esses aspectos, como a Penis Envy Uncut, Albino Penis Envy (APE) e seleções como PE6, PE7, etc., cada qual tentando equilibrar rendimento e potência. Em especial, a Albino Penis Envy (APE) combina a genética PE com ausência de pigmento, resultando em cogumelos completamente brancos de visual impressionante. No geral, a Penis Envy e suas derivadas são recomendadas para cultivadores com alguma experiência, dada a necessidade de clonagens e pequenos ajustes no cultivo. Para os apreciadores de uma viagem profunda, contudo, poucas cepas de P. cubensis se comparam à Penis Envy em profundidade de efeito.
Albino Penis Envy (APE) – Poderoso e com visual único
-
Albino Penis Envy (APE) – P. cubensis – Amostra Taxonômica
De R$ 84,9012x deR$ 8,76Ver produto Este produto tem várias variantes. As opções podem ser escolhidas na página do produto -
Albino Penis Envy APE (Psilocybe cubensis) – Semente Cultura Líquida
De R$ 40,0012x deR$ 4,13Ver produto Este produto tem várias variantes. As opções podem ser escolhidas na página do produto
Albino Penis Envy, frequentemente abreviado como APE, é uma das linhagens mais potentes e visualmente distintas do Psilocybe cubensis. Ela combina a alta potência da linhagem Penis Envy com uma mutação albina verdadeira, resultando em corpos frutíferos de coloração branca a creme, com chapéus pequenos, densos e deformados, além de estipes espessos e maciços. Por sua genética peculiar, o crescimento tende a ser mais lento que o de outras variedades, mas isso é compensado por um rendimento altamente concentrado e efeitos notavelmente intensos em estudos químicos e taxonômicos.
A aparência da APE chama atenção pela ausência de pigmentos, o que confere um visual quase espectral aos cogumelos. O chapéu raramente se abre completamente, mantendo uma forma arredondada ou levemente ondulada, típica das linhagens derivadas do Penis Envy. O estipe geralmente é grosso, firme e apresenta azulamento intenso ao toque, sinal da presença de altos níveis de psilocina. Essa característica, somada à sua morfologia compacta, faz com que cada unidade pese mais que a média dos cubensis tradicionais, mesmo quando secos.
Por conta de sua complexidade genética e coloração rara, essa linhagem é altamente valorizada por pesquisadores e colecionadores. Seu cultivo exige mais atenção, pois a miceliação pode ser mais lenta e sensível às variações ambientais, mas os resultados são considerados excepcionais em termos de potência e morfologia. É comum que frutificações ocorram de forma menos abundante, porém com cogumelos mais pesados e concentrados.
TAT (True Albino Teacher) – O queridinho do Professor Cogumelo
-
True Albino Teacher (TAT) – P. cubensis – Amostra Taxonômica
De R$ 84,9012x deR$ 8,76Ver produto Este produto tem várias variantes. As opções podem ser escolhidas na página do produto -
True Albino Teacher – TAT (Psilocybe cubensis) – Semente Cultura Líquida
De R$ 39,9012x deR$ 4,12Ver produto Este produto tem várias variantes. As opções podem ser escolhidas na página do produto
O Psilocybe cubensis True Albino Teacher (TAT) é uma linhagem albina verdadeira derivada da clássica Golden Teacher, amplamente reconhecida por sua estabilidade e características marcantes. O TAT apresenta corpos frutíferos completamente despigmentados, em tonalidades que variam do branco puro ao creme claro, com chapéus suaves e arredondados e estipes espessos e densos. A ausência de melanina em sua estrutura confere uma aparência cristalina e etérea, extremamente valorizada por micologistas, colecionadores e fotógrafos macro.
Essa linhagem surgiu a partir de uma mutação estável cuidadosamente isolada por cultivadores experientes, com o objetivo de preservar a robustez e o comportamento produtivo do Golden Teacher, mas com a estética única do albinismo verdadeiro. A sigla TAT, de “True Albino Teacher”, faz alusão à sabedoria atribuída à linhagem original, mantendo seu legado em uma nova forma, mais rara e refinada.
Apesar da ausência de pigmentação, o TAT não perde vigor. Seu micélio é agressivo e coloniza com velocidade, formando primórdios uniformes e frutificações consistentes, o que o torna excelente para estudos laboratoriais e comparativos entre linhagens. Além disso, o azulamento nítido ao toque comprova a presença de compostos bioativos, mesmo sem a coloração tradicional do cubensis.
A variedade TAT é indicada para pesquisas morfológicas, taxonômicas, cultivo experimental e documentação fotográfica. Seu perfil genético estável e sua beleza singular fazem dela uma das linhagens mais procuradas por estudiosos e entusiastas que desejam explorar a diversidade dentro do universo do Psilocybe cubensis com profundidade, estética e consistência.
Enigma Tidal Wave – Campeão Mundial da Copa Psilocibina
-
Enigma Tidal Wave – P. cubensis – Amostra Taxonômica Premium
De R$ 59,9012x deR$ 6,18Ver produto Este produto tem várias variantes. As opções podem ser escolhidas na página do produto -
Enigma Tidal Wave (Psilocybe cubensis) – Semente Cultura Líquida
De R$ 50,0012x deR$ 5,16Ver produto Este produto tem várias variantes. As opções podem ser escolhidas na página do produto
Merece também destaque a misteriosa variedade Enigma (Tidal Wave). Tecnicamente, o Enigma não produz cogumelos de forma convencional: ele é uma mutação estável que faz o micélio formar basidiomas coraliformes, ou seja, aglomerados densos que lembram uma couve-flor ou cérebro, em vez de caules e chapéus definidos. Essa característica única faz do Enigma quase um “trufa” de P. cubensis. Ele ganhou fama após vencer a Copa Psilocybin de 2021 como a strain com maior concentração de triptaminas do mundo – ou seja, é possivelmente o P. cubensis mais potente já testado em laboratório. Entretanto, é uma variedade para poucos: seu cultivo é lento (pode levar 2 meses para amadurecer) e ele não produz esporos, sendo necessário manter a linhagem por clonagem contínua em ágar. Por essas razões, o Enigma não é recomendado a iniciantes; mas para micólogos avançados representa uma fronteira interessante a explorar, unindo desafio técnico e potência extrema.
Shakti – Cepa rara com mutações incríveis
-
30% OFF
Amostra Taxonômica Shakti
De R$ 69,90R$ 89,9012x deR$ 7,21Ver produto Este produto tem várias variantes. As opções podem ser escolhidas na página do produto
O Psilocybe cubensis Shakti é uma variedade albina rara e visualmente encantadora, desenvolvida a partir da linhagem Malabar, tradicional da costa sudoeste da Índia. Essa variação foi cuidadosamente isolada para preservar características genéticas potentes, ao mesmo tempo em que exibe uma aparência única, com coloração branca a creme, talos espessos e chapéus levemente ondulados, que conferem um aspecto quase etéreo ao cogumelo.
Seu albinismo natural, resultado de mutações estáveis, não compromete o vigor micelial nem sua produtividade, sendo, na verdade, um indicativo de pureza e refinamento genético. O nome Shakti faz referência à deusa hindu da energia criadora, simbolizando a força e a sofisticação dessa linhagem especial dentro da espécie Psilocybe cubensis.
Muito apreciado em estudos morfológicos, taxonômicos e laboratoriais, o Shakti é uma excelente escolha para pesquisadores que desejam observar estruturas anatômicas diferenciadas, realizar fotografia macro ou conduzir análises comparativas entre variedades. Quando desidratado corretamente, mantém sua integridade visual e anatômica, com alta preservação de detalhes como a textura do píleo, a densidade do estipe e os padrões de azulamento em contato com o ar.
Por sua raridade e estética singular, a linhagem Shakti tem se destacado entre colecionadores, micologistas e entusiastas que buscam materiais diferenciados para fins científicos, educativos ou artísticos. Trata-se de uma verdadeira joia micológica que combina beleza, vigor e valor científico.
B+ – A strain gigante e versátil
-
30% OFF
B+ (Psilocybe cubensis) – Carimbo de Esporos
De R$ 28,00R$ 40,0012x deR$ 2,89Ver produto -
B+ (Psilocybe cubensis) – Semente Cultura Líquida
De R$ 30,0012x deR$ 3,10Ver produto Este produto tem várias variantes. As opções podem ser escolhidas na página do produto
Outra variedade lendária do cultivo doméstico é a B+, famosa por produzir cogumelos gigantes. Relatos de frutos de 30–35 cm de comprimento não são incomuns com essa cepa – um tamanho realmente impressionante para um P. cubensis. O B+ tem origem nebulosa: foi introduzido comercialmente nos anos 1990, acompanhado de boatos de ser um híbrido com Psilocybe azurescens
(algo descartado posteriormente). O nome “B+” refletiria a satisfação dos cultivadores com sua performance (“be positive”). Verdade ou marketing à parte, o fato é que o B+ se consolidou como uma das melhores strains para iniciantes, dada sua facilidade de cultivo excepcional. Ele tolera variações amplas de temperatura e umidade, frutifica bem em diferentes substratos e não exige choque térmico para pinagem. Seu micélio cresce de forma agressiva, colonizando rápido e competindo bem contra contaminações. Além disso, o B+ é conhecido por produzir muitos esporos, facilitando clonagens e multispore. Em rendimento, tende a dar flushes abundantes e contínuos (quando bem conduzido, pode surpreender pela quantidade). Quanto aos efeitos, o B+ entrega a clássica experiência do cubensis, sendo considerado de potência moderada. Alguns usuários relatam que a viagem com B+ é visual e eufórica, com um “feeling” caloroso. Em suma, essa strain ganhou reputação de “coringa”: grande, produtiva e robusta, dificilmente decepciona cultivadores – especialmente os novatos em busca de resultados confiáveis.
Golden Teacher (GT) – O “Professor” dourado
-
Golden Teacher (Psilocybe cubensis) – Semente Cultura Líquida
De R$ 30,0012x deR$ 3,10Ver produto Este produto tem várias variantes. As opções podem ser escolhidas na página do produto -
Golden Teacher (Psilocybe cubensis) – Carimbo de Esporos
De R$ 35,0012x deR$ 3,61Ver produto
Uma das strains mais populares e veneradas, o Golden Teacher recebe esse nome por seus chapéus de tom dourado e pela “lição” de autoconhecimento que muitos relatam após consumi-lo. Surgiu no mercado nos anos 1980 e sua origem exata é incerta (alguns acreditam que provém da região do Golfo do México, outros do sudeste dos EUA). O Golden Teacher produz cogumelos de porte médio – cerca de 10 a 12 cm de altura, com píleos que chegam a ~5 cm de diâmetro – porém nos flushes subsequentes pode render exemplares muito maiores, de até 20–25 cm. Uma característica apreciada dessa cepa é sua resistência: o micélio do GT coloniza um pouco mais lentamente que outras variedades agressivas, mas em compensação é altamente resiliente a contaminantes e adversidades. Isso a torna ideal para cultivadores iniciantes, já que perdoa pequenas falhas de esterilidade. O Golden Teacher costuma depositar esporos roxo-escuros em abundância, facilitando a produção de carimbos e a manutenção da linhagem. Em termos de efeito, usuários reportam que o GT proporciona experiências profundamente introspectivas e “educativas” – daí o apelido de cogumelo professor. Sua potência é considerada média/alta para um P. cubensis. Tudo somado, Golden Teacher é uma escolha clássica, equilibrando facilidade de cultivo, bom rendimento e efeito qualitativo.
Cambodian – Vigor Tropical e Estabilidade Genética
-
Cambodian (Psilocybe cubensis) – Carimbo de Esporos
De R$ 40,0012x deR$ 4,13Ver produto -
Cambodian (Psilocybe cubensis) – Semente Cultura Líquida
De R$ 25,0012x deR$ 2,58Ver produto Este produto tem várias variantes. As opções podem ser escolhidas na página do produto
A linhagem Cambodian do Psilocybe cubensis é conhecida por sua origem exótica e crescimento vigoroso. Os primeiros espécimes foram coletados nas proximidades dos templos de Angkor Wat, no Camboja, região de clima tropical e solo fértil, o que contribui para o seu perfil genético adaptável e resistente. Desde então, tornou-se uma das variedades favoritas entre cultivadores e pesquisadores, graças à sua rápida colonização, frutificação abundante e aparência clássica dos cubensis.
Os corpos frutíferos da linhagem Cambodian apresentam chapéus de coloração caramelo a dourado, geralmente bem definidos e simétricos, com margens que se curvam levemente para dentro durante o desenvolvimento. Os estipes são alongados, firmes e esbranquiçados, podendo apresentar um leve azulamento ao toque em decorrência da oxidação da psilocina. Essa variedade tende a produzir flushes densos e uniformes, sendo uma excelente opção para estudos comparativos, observação de padrões de crescimento e análises morfológicas.
Outra característica marcante do Cambodian é sua agressividade micelial. O micélio costuma colonizar substratos com rapidez e eficiência, mesmo em condições não ideais, o que facilita seu cultivo em laboratório. Essa robustez o torna interessante tanto para iniciantes quanto para pesquisadores que desejam resultados consistentes com baixo risco de contaminação.
Por sua beleza, produtividade e estabilidade genética, a linhagem Cambodian é amplamente utilizada para fins científicos, fotográficos, educativos e de catalogação micológica.
Outras variedades notáveis
Além das mencionadas acima, existe uma infinidade de cepas de Psilocybe cubensis com características dignas de nota. Muitas levam o nome da região ou etnia que primeiro as utilizou ou coletou. Por exemplo, a Mazatapec (dos Mazatecas, povo de Maria Sabina no México), a Thai Pink Buffalo (originária da Tailândia, de coloração mais clara), a Ecuador (dos Andes equatorianos), a Amazonian (da Bacia Amazônica), entre outras. Em geral, essas strains “regionais” foram isoladas de amostras selvagens e adaptadas ao cultivo indoor. Muitas delas se assemelham em performance, com diferenças sutis em tamanho de fruto ou densidade do micélio.
Em suma, a comunidade de cultivadores de Psilocybe cubensis vem selecionando cepas ao longo de décadas, seja por propriedades desejáveis no cultivo (tamanho, velocidade, resistência) ou por simples curiosidade e coleção. Para quem está começando a cultivar, cepas como Golden Teacher, B+ ou outras amplamente difundidas são escolhas seguras. Já os entusiastas podem se aventurar em cultivar aquela strain exótica da qual ouviram falar, lembrando sempre que variações entre strains existem, mas todas compartilham a “alma” do Psilocybe cubensis – suas diferenças são de grau, não de tipo.
Legalidade do Psilocybe cubensis no Brasil
Nos últimos tempos, tem sido frequente a notícia de operações policiais direcionadas ao cultivo e à venda dos chamados “cogumelos mágicos”, especialmente o Psilocybe cubensis. Em diferentes estados brasileiros, como Goiás, Paraná e São Paulo, pessoas foram detidas por suposta prática de tráfico ao comercializarem esse tipo de fungo.
Diante desse cenário, surge uma dúvida legítima: vender Psilocybe cubensis é crime? A resposta, embora envolva nuances jurídicas e técnicas, é mais simples do que parece. Vou te explicar por que a venda desse cogumelo não configura delito penal e por que é incorreto equiparar sua comercialização ao tráfico de drogas.
Um fungo milenar com uso espiritual e terapêutico
O Psilocybe cubensis é um cogumelo de ocorrência natural em regiões tropicais e subtropicais, crescendo especialmente em áreas com esterco bovino. Povos indígenas da América Latina o utilizam há milênios em rituais de cura e espiritualidade, chamando-o de “carne dos deuses”.
A psilocibina, principal composto ativo do fungo, foi isolada e sintetizada nos anos 1950 pelo químico Albert Hofmann. Estudos recentes demonstram seu potencial terapêutico no tratamento de distúrbios como depressão, ansiedade e transtornos relacionados ao uso de substâncias.
A ciência comprova: psilocibina é segura e eficaz
Diversos estudos apontam que a psilocibina é uma substância de baixíssima toxicidade e sem potencial de dependência. A FDA, agência reguladora dos EUA, já reconheceu seu uso terapêutico como “terapia inovadora”, abrindo caminho para ensaios clínicos com pacientes resistentes a antidepressivos convencionais.
Além disso, pesquisas realizadas no Brasil e em outros países revelam que o número de internações médicas relacionadas ao uso de cogumelos psilocibinos é extremamente baixo, inferior até mesmo ao de substâncias como álcool, tabaco e cannabis.
Legalmente, o cogumelo não é uma droga proibida
A legislação brasileira define como crime o comércio de substâncias ou produtos expressamente proibidos em listas publicadas por órgãos reguladores, como a Anvisa. No caso da psilocibina isolada ou sintetizada, ela está, sim, incluída na Lista F2 da Portaria 344/1998, sendo considerada substância psicotrópica de uso proscrito.
Contudo, o corpo do cogumelo — o fungo em sua forma natural, desidratada ou in natura — não aparece entre os itens proibidos, como ocorre com plantas como a Cannabis sativa ou o Papaver somniferum. Essa diferença é crucial: o que está proibido é a molécula isolada, não o organismo vivo.
Uma analogia útil para compreender o equívoco jurídico na criminalização do Psilocybe cubensis é a maçã. Suas sementes contêm amigdalina, substância que, no organismo, pode liberar cianeto — um composto altamente tóxico e explicitamente proibido. No entanto, ninguém considera crime cultivar, vender ou consumir maçãs inteiras. Criminalizar a comercialização do cogumelo como um todo, apenas pelo fato de que ele pode conter traços de psilocibina — e que esta só pode ser extraída por meios laboratoriais complexos — é tão desproporcional quanto proibir o comércio de maçãs com base no cianeto potencial presente em suas sementes. Trata-se de confundir um organismo completo, natural e multifuncional com uma substância química isolada, o que não encontra respaldo técnico, legal ou lógico.
O equívoco da criminalização do fungicultor
Há interpretações equivocadas que confundem o cogumelo com insumo ou matéria-prima para fabricação de droga. No entanto, segundo normas da própria Anvisa, substância ativa é aquela isolada, purificada e com aplicação direta na produção de medicamentos. O Psilocybe cubensis não se encaixa nessa definição.
Além disso, a psilocibina é um metabólito secundário do fungo — ou seja, só é produzida em condições fisiológicas específicas, e pode até mesmo não estar presente em todos os espécimes. Sem análise química laboratorial, não há como afirmar sua presença em um cogumelo seco.
O entendimento jurídico caminha para a atipicidade penal
Tribunais e órgãos como o Ministério Público Federal têm, com base nesses argumentos técnicos e legais, arquivado procedimentos e absolvido réus acusados de tráfico por venderem Psilocybe cubensis. Em decisões recentes, ficou claro que:
O fungo não está listado como proibido pela Anvisa.
Não houve comercialização da substância isolada (psilocibina).
A simples venda do cogumelo não caracteriza crime, na ausência de extração ou síntese.
Conclusão: a venda do cogumelo não configura tráfico de drogas
Diante da ausência de proibição legal expressa sobre o corpo do fungo, da falta de toxicidade significativa e do entendimento de que ele não é insumo ou substrato químico, conclui-se que a comercialização do Psilocybe cubensis não configura crime.
Portanto, até que o legislador ou a Anvisa incluam o cogumelo nas listas de fungos proscritos — como foi feito com o Claviceps paspali, usado para sintetizar LSD — sua venda permanece atípica do ponto de vista penal.
O fungicultor que produz ou oferta o cogumelo está, na verdade, atuando dentro da legalidade, e a criminalização dessa conduta representa não só erro técnico, mas também afronta a princípios fundamentais do direito penal, como legalidade, anterioridade e taxatividade.
Como é feito o chá de cogumelos? Lemontek
Este conteúdo tem finalidade educativa e científica, voltada para a compreensão da química e do comportamento das substâncias em diferentes preparos. O consumo de Psilocybe cubensis é proibido no Brasil e a comercialização para ingestão é vedada por lei. Amostras taxonômicas devem ser destinadas exclusivamente a pesquisa científica, identificação morfológica, fotografia e fins artísticos ou laboratoriais.
O método Lemontek é um dos principais utilizados em rituais e celebrações espirituais, e consiste em triturar os cogumelos secos de Psilocybe cubensis e deixá-los de molho em suco de limão fresco por cerca de 20 a 30 minutos antes da ingestão. A acidez do limão promove a conversão da psilocibina em psilocina, uma grande vantagem em relação aos cogumelos fervidos. No preparo, usuários misturam suco de meio limão nos cogumelos, com água para envolvê-los completamente, e depois mexem ocasionalmente. É possível ou não coar. Também é comum adicionar chá de gengibre ou água morna após a maceração para suavizar a mistura.
Esse método apresenta várias vantagens em relação ao chá fervido e por isso é preferido nos rituais. Os efeitos tendem a começar mais rápido, geralmente entre 15 e 30 minutos, já que parte da digestão química já ocorreu antes do consumo. A absorção é mais eficiente e intensa, podendo inclusive reduzir a quantidade necessária para alcançar o mesmo efeito que seria obtido com cogumelos secos inteiros. Além disso, o Lemontek costuma provocar menos náuseas, pois o suco de limão ajuda a quebrar a quitina presente na parede celular do cogumelo, facilitando a digestão.
Em contrapartida, o chá fervido é utilizado em situações específicas. Pode ser útil quando se deseja um efeito mais brando, já que o calor pode degradar parte da psilocina, tornando a experiência menos intensa. A fervura também pode ser indicada por questões de segurança sanitária, caso haja preocupação com micro-organismos ou contaminação. Quando se opta pela fervura, é importante não ultrapassar os 80 °C e limitar o tempo a no máximo 10 a 15 minutos, para evitar perda significativa dos compostos ativos.
Mas lembre-se: nossos cogumelos são inapropriados para consumo. Estes preparos são realizados por centros espirituais e não são indicados de forma alguma! Nossos cogumelos são EXCLUSIVOS para estudos de micologia. Utilize este conhecimento com responsabilidade.